segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Fechamento do Semestre. Infantil I - 5D

Depois de um semestre olhamos para trás e vemos tudo que aprendemos, todas as experiências que vivemos e tudo de bom que construimos. Esse vídeo é só um pouquinho do trabalho que realizamos até agora. Divirtam-se....




domingo, 26 de agosto de 2012

ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL?? - Parte 2

Brincar de Letras e Nomes: uma sequência didática
Infantil I 5E - tarde

AS INICIAIS DO NOME 
reconhecimento (leitura) e reprodução (escrita)

Etapa 1: As crianças receberam a inicial de seu nome em mãos, e foram informadas de que letra se tratava. Colaram na lousa e repetiram aos colegas "essa é minha letra: C de Carlos" (por exemplo). Esse procedimento foi repetido por pelo menos três semanas, três dias em cada uma delas.

Etapa 2: Cada mesa de crianças comporta 6 alunos. Nessas mesas foram colocadas as 6 iniciais que correspondiam àquelas crianças, e elas deviam encontrar a sua, colar na lousa e nos informar: "essa é minha letra: D de Danilo". Esse procedimento foi feito por duas semanas, três vezes em cada.

As etapas 1 e 2 estão exemplificadas na postagem "Alfabetização na Educação Infantil" (primeira parte).

Etapa 3: Todas as 35 letras foram distribuídas numa só mesa, e as crianças deveriam encontra a "sua", colar na lousa e dizer de que letra se tratava: "essa é minha letra: N de Nicolly". 



"Essa é minha letra: P de Pâmela!"



Painel com as letras coladas.

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Etapa 4: Cada criança, quando chamada à lousa, deveria procurar sua letra e tentar reproduzi-la no papel. Procurou-se garantir que as crianças com a mesma inicial fossem chamadas juntas, para que uma pudesse auxiliar a outra, ou mesmo servir de modelo, quanto ao procedimento de reprodução escrita.




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O NOME PRÓPRIO
reconhecimento (leitura) e reprodução (escrita)


Etapa 1: tentar reproduzir o nome com letras móveis e a partir de um modelo - a plaquinha do nome. Cada criança recebeu o seu, observando a letra inicial (já conhecida) em destaque.

A interação é fascinante e muito importante.
Estratégias diferentes: posicionar as letras móveis em cima das letras impressas...
... ou abaixo da plaquinha. Posicionamento, sequência adequada, letras que já tem e que faltam... quanta coisa pra pensar!!!


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Etapa 5: cada criança recebeu a sua plaquinha, e neste momento chamamos sua atenção para a "sua letra" que está em destaque, bem no começo do seu nome. "Então é pra isso que a minha letra serve??". Deveriam colar a plaquinha na lousa. Esse painel que se formou foi usado para contar, pelas plaquinhas de nome, as crianças presentes e as ausentes. O procedimento foi feito por três semanas, duas vezes em dias alternados (por semana).





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Etapa 6: As crianças receberam sua foto em tamanho 3x4, deveriam encontrar seu nome numa lista e colar sua foto ao lado dele. A ordem dos nomes na lista era constantemente trocada, para garantir que as crianças estavam utilizando pistas do próprio nome (letras) e não decorando a posição. Esse procedimento é realizado de duas a três vezes por semana, em dias alternados, durante três semanas.




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Etapa 7: Cada criança deve encontrar a plaquinha de seu nome, que está disposta em meio a todas as demais plaquinhas, porém organizadas por inicial. Após encontra-la, devem colar a plaquinha no mesmo painel utilizado para colar as fotos - ou seja, devem novamente reconhecer seu nome, compará-lo à escrita da plaquinha, e cola-la sobre o nome igual. Em breve será proposto às crianças que tentem reproduzir seu nome, utilizando a plaquinha como modelo, novamente com letras móveis, depois com massinha de modelar, com letras impressas na quantidade correta para organizar e com lápis. São etapas que ainda virão. Durante todo o ano letivo a sequência para reconhecimento e escrita do nome será trabalhada, sempre aumentando a complexidade dos desafios. O trabalho com as letras iniciais evoluiu para o trabalho com nomes - e foi substituído pelo "alfabeto cantado", que alternamos com as plaquinhas no decorrer da semana.







segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Desenhar, brincar, criar....


O desenho faz parte do universo infantil como forma de expressão de pensamentos, sentimentos e emoções. Nele as crianças criam e recriam o seu mundo, brincam com as linhas, traçados e cores, usam da imaginação e das observações que fazem sobre o mundo para reproduzir nos seus desenhos.
Desenhar e se expressar é algo natural de toda criança e cabe a escola e aos professores criarem 
estratégias para que a criança goste cada vez mais de desenhar, de representar o que vê no seu mundo.

Nesta proposta utilizamos o giz de lousa e o papel coletivo; aprendemos a dividir os materiais e a interagir com o desenho do outro.


Mais uma proposta para o espaço do Solário, onde muitas coisas acontecem....



Por fim, a exposição de nossa obra para apreciação de nossa arte!




BRINCAR DE BALÃO

Um Relato de Atividade

Infantil I 5F (manhã) e 5E (tarde)

5E                                   
5F
        Confesso que tenho dificuldades em pensar atividades para o espaço do Solário. Um espaço aberto, livre, neutro em cores, onde se pode tudo - ou nada - ao mesmo tempo. Dia desses uma criança me contou que fez aniversário e tinha balões. Então, surgiu a ideia. Comprei uma embalagem de balões para festa, e planejei a atividade que lhes relato a seguir.
        Antes de sairmos da sala de aula, reli a Rotina do Dia e reforcei às crianças que a atividade do dia seria no Solário. Relembramos os combinados: para subir as escadas, todos do mesmo lado utilizando o corrimão; ao chegar ao Solário, sentar-se no chão próximo à prô e aguardar as orientações.
      Chegando lá, sentei as crianças à minha frente, disse-lhes que tinha em mãos uma surpresa e que só deixaria que vissem caso adivinhassem o que era. Após algumas tentativas aleatórias e mal-sucedidas, as crianças me questionaram sobre como fariam para adivinhar. Então eu comecei a dar algumas dicas (que defini no planejamento da atividade):
- Tem um pra cada criança;
- É um de cada cor;
Neste ponto, fui surpreendida por perguntas
"- É de comer?" - respondi que não.
"- Então é de brincar?" - respondi positivamente. 
Não havia mais perguntas, e prossegui com as dicas:
- Fica redondo;
- Estica;
- É de encher;
- Tem nas festas de aniversário - e aqui a maioria das crianças adivinhou:
"- Balão!!"
Em tempo: foi preciso repetir as dicas algumas vezes, e demonstrar que formavam um conjunto e como tal deveriam ser analisadas. Esse é um raciocínio difícil para as crianças.

5F
                                                                                                                    
Cada criança escolheu a cor do seu balão de acordo com as possibilidades contidas na embalagem. A orientação era de que se sentissem livres para brincar com o balão conforme preferissem, sempre respeitando o colega. Mas cada criança ficou responsável por encher seu próprio balão - isso foi planejado como parte da atividade, cujos objetivos incluíam trabalhar o controle do fôlego, os músculos envolvidos no sopro, a força do sopro, o diafragma, os músculos peitorais, do pescoço e faciais envolvidos na respiração...
5E
5F
                                                                            
Somente uma minoria de crianças não foi capaz de encher seus balões, e tiveram minha ajuda. Para amarrar,  atendi a todos os pedidos. Algumas crianças preferiram não amarrar seus balões, para poderem esvaziá-los e voltar a enchê-los, experimentando essa tarefa com muito interesse e descobrindo seus desafios. Outras soltavam os balões sem amarrá-los para ver o percurso que faziam quando o ar escapa com força: "Olha, ele voa!" -  "Nossa, vai bem rápido!" - "Pega!"
5E
5F
                                                                           
 Jogar o balão pra cima, rebater, lançar e agarrar, correr para recupera-lo, lançar para que o amigo agarre, chutar, correr segurando sem deixar escapar... Muitas habilidades físicas de equilíbrio, força, manipulação e deslocamento, que envolvem coordenação motora e domínio corporal, aconteceram assim, despretensiosamente.
5E
                                                                         
 Ao final do tempo da brincadeira, substituí os balões estourados e perdidos, para que todas as crianças pudessem levar um balão para casa.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

QUEBRANDO PARADIGMAS

Pequenos insights de reflexão sobre meninos e meninas.

       É comum em nossa sociedade a classificação dos brinquedos em "brinquedos de menina" e "brinquedos de menino". Hoje muito se discute sobre as consequências dessa classificação para a  manutenção dos preconceitos de gênero. 
      Compreendemos a escola como um espaço no qual se dá a educação. E, para nós, é a educação que promove a superação de paradigmas e preconceitos. Por isso, na escola, os brinquedos são, todos eles, das crianças. Meninos e meninas podem brincar juntos, cooperando uns com os outros. Ou podem simplesmente brincar do que quiserem, com quem preferirem. Só não é permitido segregar: a brincadeira é democrática.

Infantil I 5E - tarde

      Neste dia foram priorizadas as atividades livres (confira mais sobre estas atividades na postagem "É exatamente o que parece, mas também é muito mais!" de 21/05/2012).
       A sala se organiza em "estações", e cada uma delas comporta uma atividade. Havia a estação dos livros (nosso cantinho da leitura, com tapete de EVA no chão), a estação da massinha, a estação dos desenhos para colorir e a estação da cozinha (com panelinhas, fogões, talheres, copos, bules, xícaras...).
       A escolha das estações é livre: cada criança vai para a estação que quiser, desde que haja uma cadeira livre para que se sente. E qual não foi a surpresa quando percebemos que a estação da cozinha estava dominada... pelos meninos!!

Infantil I 5E - tarde

       Este tipo de brinquedo dá margem ao desenvolvimento do jogo simbólico, uma brincadeira que ativa o faz-de-conta e as crianças assumem papéis sobre os quais elas precisam refletir. Assim, aprendem brincando sobre relações humanas, relações de gênero (homem-mulher), de trabalho, entre outras. 
       No mundo atual, homens também assumem papéis em casa (cuidam mais das crianças, preparam os alimentos), ocupam posições de sucesso como Chefs de Cozinha, por exemplo. As mulheres, em contrapartida, conquistaram espaços no mercado de trabalho que antes não acessavam, e acabam passando mais tempo fora de casa. 
        Os meninos, enquanto crianças, buscam compreender o mundo em que vivem, e fazem isso imitando os adultos próximos e também experimentando situações diferenciadas, comparando sua realidade às outras apresentadas na escola por outras crianças.
        No interior do jogo simbólico que ocorreu, há papéis definidos: o filho, o pai, o dono do restaurante..

Infantil I 5E - tarde

Brincar é refletir sobre o mundo.
Brincar é refletir sobre quem somos no mundo.
Brincar é refletir sobre quem queremos ser no mundo.
E nesse movimento, brincar pode quebrar paradigmas antigos, de que quem brinca de panelinhas são as meninas...